Caracterização morfológica e química de frutos de diferentes variedades de amêndoa doce
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resumo
Nos últimos anos tem havido um grande interesse pela cultura da
amendoeira, Prunus dulcis L, ao nível nacional e internacional, sendo de
interesse o estudo das características e comportamento de variedades
estrangeiras nas condições agro-ecológicas portuguesas. Nesse sentido, o
presente trabalho teve por objetivo proceder à caracterização dos frutos e
sementes, bem como ao óleo extraído da semente, de 15 variedades de
amêndoa produzidas na colecção de amendoeira existente na Estação
Nacional de Fruticultura Vieira da Natividade instalada em Alcobaça. Foram
selecionadas as variedades Antoneta, Cristomorto, Fillippo Ceo, Ferraduel,
Ferragnés, Ferrastar, Francoli, Genco, Glorieta, Guará, Lauranne, Marcona,
Miagkos Kulunem, Nonpareil e Supernova. Ao nível dos parâmetros
morfológicos, em 40 frutos e sementes foi avaliada a massa, as dimensões
(comprimento, diâmetro máximo e transversal), forma, simetria, ápice, base e
rugosidade da superfície. No óleo extraído das sementes foi determinado o
perfil e teor de ácidos gordos e tocoferóis. Foram registadas variações
morfológicas assinaláveis entre as diferentes variedades em estudo. Quanto
às dimensões, a Glorieta foi a que apresentou maior comprimento do fruto,
com 39,61mm, e a Genco, o menor com 24,62mm. Por sua vez o maior
diâmetro ocorreu na Marcona (29,08mm) e o menor na Genco (15,46mm).
Das variedades analisadas foi também a Marcona que apresentou massa
superior (7,09g) enquanto a Miagkos Kulunem a inferior (3, 19g). Os frutos da
maioria das variedades eram de base truncada, forma oval, rugosos,
assimétricos e pontiagudos. A semente apresentou as mesmas tendências
dos frutos. Ao nível da composição química do óleo, foram identificados e
quantificados um total de 22 ácidos gordos, sendo o ácido oleico (C18:lc) o
maioritário, seguido do linoleico (C18:2c) e palmítico (C16:0). Os teores em
ácido oleico variaram entre 58,9% e 74,2% nas variedades Miagkos Kulunem e Francoli, respetivamente. Por oposição, o ácido linoleico oscilou entre 16,34%
(cv. Francoli) e 30,09% (cv. Miagkos Kulunem) e o palmítico entre 5,47% (cv.
Filipo ceo) e 7,16% (cv. Miagkos Kulunem). Nos tocoferóis foram identificados
e quantificados a-tocoferol, P-tocoferol, y-tocoferol e 5-tocoferol, sendo o
primeiro claramente majoritário (90-96%). A Guará foi a que apresentou os
maiores teores de todos os tocoferóis, com um total de 484 mg/kg óleo,
enquanto os menores teores foram observados na Genco (221 mg/Kg de
óleo).A informação obtida pode servir de base na ajuda da eleição de
variedades para novas plantações.