O mercado do mel em Portugal: uma visão dinâmica
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resumo
A relação entre o homem e a abelha data do período paleolítico, sendo a apicultura
das mais antigas produções do mundo. Atualmente, a atividade é tida como
estratégica para o desenvolvimento sustentável do espaço rural, enquanto fonte de
rendimento e emprego e, em especial, pelo papel que desempenha na polinização de
espécies nativas e cultivos agrícolas. Esta comunicação visa facilitar a
competitividade do setor, em particular, da produção melífera. Para tal, adotou-se
uma metodologia de investigação quantitativa, descritiva e longitudinal. O estudo
abarca o período 2005-2015 e recorre a informação estatística diversa [1, 2]. A
produção apícola direta engloba produtos vários: cera, pólen, própolis, geléia real,
enxames e, com a maior relevância no setor, o mel. Propomo-nos, assim, examinar
as estatísticas anuais referentes ao mercado nacional de mel, forma a estabelecer
correlações que permitam reconhecer constrangimentos e potencialidades. A
apicultura portuguesa concentra-se mormente nas regiões do Interior Norte e Centro,
é exercida sobretudo por pequenos apicultores, em complemento da atividade
agrícola, e a taxa profissionalização é ainda reduzida (10%). Em 2015, o valor da
produção melífera, ao produtor, excedia os 50 milhões de euros, evidenciando a sua
importância para a geração de valor do setor. Em 10 anos, o valor do mel, na
produção, quase duplicou, fruto do aumento do volume e do preço médio ao produtor,
sobretudo, na venda a granel. O mel nacional destina-se especialmente ao consumo
humano, sendo o consumidor português típico apreciador de mel, em especial, pêlos
benefícios do seu consumo para a saúde. Este adquire o mel sobretudo junto de
produtores locais, preferindo mel da própria região, não sendo a marca um atributo
particularmente valorizado [3, 4]. Em 2015, o consumo nacional de mel per capita
rondava os 1,4 kg, duplicando o valor registado em 2005. Tal acréscimo prejudicou a
capacidade de abastecimento do mercado interno, sendo a atual oferta nacional de
mel insuficiente face à procura interna. As trocas externas de mel têm por parceiros
prioritários países comunitários, sobretudo, Espanha e Alemanha. Entre 2005 e 2015,
a Balança Comercial do produto foi, em geral, positiva, apresentando amiúde saldos
positivos, embora reduzidos. Em 2015, o cenário alterou-se tendo o comércio externo
de mel sido desfavorável a Portugal, em 1,2 milhões de euros. A análise comparativa
da evolução do preço médio à exportação e importação, evidencia a crescente
apreciação do mel nacional no mercado externo.