A gripe afeta milhões de pessoas em todo o mundo, colocando em risco a saúde humana, com
consequências não só clínicas como económicas. Assim, é importante conhecer a forma como poderá
evoluir e os fatores que podem impulsionar a sua propagação, permitindo que a população, em geral, e
as unidades de saúde, em particular, se possam acautelar. Neste sentido, este trabalho de investigação
tem como objetivo analisar como se tem propagado no tempo a gripe, em Portugal, através da aplicação
de modelos de duração não-paramétricos (Kaplan-Meier e Nelson-Aalen) a uma base de dados crosssection
com informação anual relativa a um período consecutivo de oito anos (2005 a 2012). A base de
dados foi fornecida pelo observatório Gripenet, que monitoriza a evolução anual do fenómeno da gripe
com o apoio de participantes voluntários. Verifica-se que, para a população participante, o tempo
decorrido para que 50% dos indivíduos sejam contagiados varia entre Dezembro e Janeiro de cada ano
em análise. Quando se subdivide a amostra salienta-se que as mulheres têm uma probabilidade menor
de contrair o vírus nos primeiros dias de análise; deslocar-se a pé e utilizar transportes públicos apresenta
um risco de contração do vírus que aumenta muito lentamente com o tempo; os fumadores apresentam
uma probabilidade de contágio que aumenta mais rapidamente com o tempo; e os que vivem sozinhos
têm um risco inicial de contágio reduzido.