Seroprevalência de Mycobacterium avium subespécies paratuberculosis em caprinos de raça Serrana na área de intervenção da ACRIGA-OPP Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • A paratuberculose foi descrita pela primeira vez em Portugal em 1983. Desde então apenas foram realizadas estudos serológicos pontuais para estimar a prevalência de paratuberculose em algumas regiões. O presente estudo seroepidemiológico foi realizado com o objectivo de calcular a prevalência da doença em caprinos no Nordeste de Portugal, aferir o seu impacto económico e sugerir métodos adequados de controlo da doença. Um total de 1.533 caprinos, pertencentes a 93 rebanhos, foi testado com um kit comercial de ELISA (ID Screen ®). Duzentas e vinte e uma amostras (14,6%, 95% CI: 12,9-16,5%) foram consideradas positivas. Foram detectados animais seropositivos à paratuberculose (um ou mais) em 68 rebanhos (73,1%, IC 95%: 63,3-81,1%). Os valores de prevalência entre os sexos masculino e feminino foram de 10,7 e 15,6%, respectivamente (P>0,05). Em relação aos grupos etários, o valor mais baixo de seroprevalência (0,0%) foi encontrado em animais com mais de 10 anos e o mais elevado (4,7%) em animais com 2-4 anos de idade (P<0,05). Observaram-se ainda diferenças estatisticamente significativas entre municípios e quanto à presença ou não de sinais clínicos. Os resultados indicam que anticorpos contra Mycobacterium avium subespécie paratuberculosis estão amplamente presentes em caprinos criados no Nordeste de Portugal. Na verdade, uma elevada percentagem de animais e de rebanhos foram considerados serologicamente positivos. Deve-se por isso reforçar o controlo desta infecção, em colaboração com Associações de Produtores (OPP), veterinários e produtores, a fim de estabelecer um programa de controlo eficaz e com avaliação regular.

data de publicação

  • janeiro 1, 2015