Instalação de um coberto vegetal de leguminosas anuais de ressementeira em olival adulto
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resumo
O uso de cobertos vegetais em pomares tem importantes efeitos no controlo da erosão,
no teor de matéria orgânica do solo e na competição pelos recursos entre a vegetação
herbácea e as árvores. Em sequeiro o tópico tem ainda mais relevância, devido à
competição potencial da vegetação herbácea pela água, um fator determinante na
produtividade. Se forem utilizados cobertos de leguminosas anuais de ressementeira
natural, para além do efeito reforçado do sequestro de carbono, devido à maior
produção de biomassa, acresce o aumento da disponibilidade de azoto com
consequências muito positivas para a fertilidade do solo. Se forem usadas
espécies/variedades de ciclo curto, o desiderato anterior pode ser conseguido com
reduzida competição pela água. Neste estudo instalou-se um coberto de trevos
subterrâneos de ciclo curto em um olival adulto. Avaliou-se a capacidade de instalação
do coberto no primeiro ano, o grau de cobertura do solo, a produção de biomassa, o
azoto acumulado, o estado nutricional das árvores e a fertilidade do solo. Os resultados
mostraram boa capacidade de germinação dos trevos subterrâneos (cvs. Dalkeith e
Campeda) usados neste estudo. Mostraram também que as plantas semeadas
rapidamente dominaram o coberto face à vegetação espontânea. No início de abril de
2022, momento em que as plantas atingiram o pico de biomassa aérea, a quantidade
de azoto contida nos tecidos das leguminosas aproximou-se de 60 kg ha-1. Os cobertos
revelaram-se pouco competitivos, uma vez que o pico de vegetação herbácea foi
atingido precocemente em abril, e as quantidades de azoto fixado foram relevantes,
devendo ser suficientes para assegurar a produtividade destes olivais de sequeiro
devido às reduzidas quantidades de azoto que exportaram.