Identificando o potencial empreendedor em saúde
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resumo
Introdução: Segundo Bronosky (2008), a liberalização dos postos de trabalho tem exigido uma mudança das organizações de ensino superior no sentido de capacitar e motivar os alunos para iniciativas empreendedoras, estimulando a criação de empresas que venham a gerar emprego e desenvolvimento económico. A identificação do potencial empreendedor e o seu aproveitamento posterior trará, segundo Hull et al. (1980), benefícios para a Sociedade. Teixeira & Davey (2011) referem variáveis demográficas (género, idade, região de residência, entre outras) e variáveis de capital humano (curso, entre outras) como fatores diferenciadores desse potencial.
Objetivos: Analisar a capacidade empreendedora dos alunos da Escola Superior de Saúde de Bragança; e, verificar a existência de diferenças significativas no potencial empreendedor dos alunos considerando a região de proveniência, o local de residência e o curso.
Material e métodos: Foi conduzido um estudo quantitativo, transversal e analítico no qual participaram 121 alunos. Para a recolha de dados, que decorreu de novembro a dezembro de 2012, foi utilizado o questionário Entrepreneurial Potential Indicator validado, para Portugal, por Ferreira et al. (2009). A maioria era do género feminino (84,3%); tinha, em média, 21,5 anos (±3,2); estudava em regime ordinário (81,8%); vinha da região Norte (82,6%), vivia em meio urbano (51,2%) e frequentava o 1º ciclo (93,4%).
Resultados: Mais de metade dos inquiridos apresentou competências empreendedoras (63,6%). Ao nível de significância de 1%, verificou-se que as caraterísticas empreendedoras que mais contribuíram para desenvolvimento do potencial empreendedor foram, por ordem de importância, o “Autocontrolo” (r = 0,790), a “Autoconfiança” (r = 0,788), a “Necessidade de realização” (r = 0,776), a “Propensão ao risco” (r = 0,636), a “Inovação” (r = 0,620) e, por fim, a “Tolerância à incerteza” (r = 0,525). Ao nível de significância de 5%, verificou-se a existência de diferenças significativas (p = 0,022) no potencial empreendedor tendo em consideração o curso, destacando-se o curso de Enfermagem com maior potencial. Verificou-se, ainda, que existia maior potencial empreendedor nos alunos oriundos do meio urbano (p = 0,013). Finalmente, a região não se mostrou diferenciadora das competências empreendedoras.
Discussão e Conclusão: A literatura descreve que algumas das competências empreendedoras podem ser inatas e outras aprendidas, desenvolvidas ou potenciadas através da educação e formação. Este estudo permitiu verificar que o curso e o meio onde residem são fatores que contribuem para o reforço ou desenvolvimento dessas competências nos estudantes.