A stévia [Stevia rebaudiana Bertoni] é uma cultura em expansão em todo o mundo devido à sua crescente utilização na
indústria alimentar. Este trabalho foi iniciado com os objetivos de avaliar a adaptação da stévia às condições ecológicas
do interior norte de Portugal, a resposta da planta à aplicação de diferentes doses de azoto, fósforo e potássio, bem como
dois regimes de corte: simples e duplo. Os ensaios de campo decorreram em Bragança (na Terra Fria Transmontana) e
no vale da Vilariça (na Terra Quente Transmontana). Foi avaliada a sobrevivência das plantas ao inverno, a produção
de matéria seca, a composição elementar dos tecidos e determinados diversos índices de vegetação. Os resultados revelaram
que as plantas não sobreviveram ao inverno, apresentando mortalidade superior a 95%, significando que a stévia
só poderá ser cultivada como se de uma cultura anual se tratasse, com instalação de novos campos todos os anos.
A produção de matéria seca aumentou significativamente com a adubação azotada. Na modalidade mais produtiva
(100 kg N/ha) atingiram -se valores de matéria seca de folhas e total de 1560 e 4961 kg/ha, respetivamente. A concentração
de azoto nas folhas não variou significativamente com a dose de azoto aplicada, apesar dos aumentos registados
na produção de matéria seca, o que deixa antever dificuldades na monitorização do estado nutricional azotado das
plantas em campo e no estabelecimento de programas de fertilização para a cultura.