Monitorização das principais pragas da amendoeira em pomares da região de Trás-os-Montes
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Visão geral
resumo
Em Portugal, a cultura da amendoeira tem ganhado expressão crescente, quer pela
reconversão de pomares antigos ou de novas plantações em Trás-os-Montes, quer através
de novas plantações no Alentejo, em qualquer dos casos com material vegetal estrangeiro.
Paralelamente, tem-se assistido a uma intensificação cultural, com maiores cuidados ao
nível das fertilizações, rega e da proteção da amendoeira contra pragas e doenças. O
último aspeto é de particular importância, uma vez que as pragas podem levar a uma
redução quantitativa e qualitativa da produção e causar prejuízos significativos. Neste
sentido, em dois amendoais da região de Trás-os-Montes, um localizado em Alfândega
da Fé e outro em Mirandela, semanalmente de abril a setembro de 2018, procedeu-se ao
acompanhamento das principais pragas do amendoal. Para o efeito usaram-se: armadilhas
com feromona sexual, para a anársia, Anarsia lineatella Zeller, e grafolita, Grapholita
molesta Busck, a técnica de pancadas, para a monosteira, Monosteira unicostata (Mulsant
& Rey, 1852), e a observação visual de órgãos atacados, para os afídeos, Myzus persicae
Sulz., Brachycaudus amygdalinus Smith. e Brachycaudus helichrysi Kalt. Sempre que se
justificou, colheram-se amostras de órgãos da planta para observação complementar em
laboratório, com a exceção da monosteira, relativamente à qual se procedeu,
semanalmente, à recolha de 20 folhas em 20 árvores para observação de ovos, ninfas e
adultos, bem como do número de folhas com estragos visíveis. Os resultados obtidos
indicam que para ambos os lepidópteros, anársia e grafolita, os níveis populacionais
registados foram sempre muito baixos, não se justificando qualquer intervenção
fitossanitária contra estas pragas. De igual modo, as populações de afídeos mantiveramse
sempre em níveis que não causaram preocupação. A praga que atingiu os níveis
populacionais mais elevados foi a monosteira. Este inseto observou-se durante todo o
período de amostragem, registando maior incidência com a aproximação do verão altura
em que atingiu o máximo de ninfas e adultos na segunda quinzena de agosto. A
percentagem de folhas com estragos visíveis excedeu 70%, o que é indicativo da
importância desta praga nos pomares de amendoeira da região.